Associado de Valor
A primeira loja Dona Erago nasceu em 1981, na zona histórica
de Bragança. Uma marca que carrega o nome da avó do
proprietário e que já chegou a mais nove cidades no país.
Atualmente com 73 anos, Raul Ramiro Palavras, olha com alguma nostalgia para o ano de 1981, quando se aventurou a abrir a primeira loja de têxtil lar na cidade de Bragança. Abriu num pequeno espaço comercial, com apenas 50 metros quadrados, aos pés do castelo de Bragança, e a audácia do então jovem, vindo de Lagoaça, Freixo de Espada à Cinta, depressa se revelou numa aposta de sucesso. “Quando nasceu a primeira loja o objetivo principal era a venda direta ao público local e satisfazer as necessidades específicas dos nossos vizinhos de Espanha”, refere. “Havia pouca oferta e muita procura, como a demanda era grande o negócio cresceu rapidamente, posso dizer que os clientes compravam com sofreguidão”, conta, recordando os dias em que chegavam as carradas de mercadoria, que muitas vezes nem chegava às Prateleiras. “Tínhamos clientela de Bragança, mas na altura os clientes mais importantes chegavam de Espanha, da zona de Puebla de Sanábria. Apreciavam muito os nossos têxteis, sobretudo os turcos”, refere o empresário que, nas memórias, guarda com entusiasmo os dias em que chegavam as mercadorias, “e já estavam os clientes à espera, descarregávamos e os clientes levavam diretamente, nem tínhamos tempo de as colocar nas prateleiras”, recorda. “Chegávamos a faturar mil contos (5 mil euros) por mês, o que na altura, em 1981, era muito dinheiro”, revela. Em 1981 o valor do salário mínimo geral em Portugal era de 11 contos (onze mil escudos) o equivalente a 54€. Face a este sucesso rapidamente a loja se tornou pequena e o empresário adquiriu um espaço comercial mais amplo numa das avenidas novas mais importantes da cidade, a Avenida Sá Carneiro, onde ainda hoje se mantém. A procura inicial não se manteve até à atualidade, “houve muitas oscilações, quebras na procura”, e a loja foi-se adaptando às conjunturas económicas e sociais.
O empresário sentiu a necessidade duma maior expansão, sempre de uma forma sustentável, levou à procura de outras zonas do país “não só, com maior índice populacional como também onde era percetível que a oferta da Dona Erago iria fazer a diferença em relação à dos seus concorrentes”. Atualmente a Dona Erago, nome atribuído ao negócio em homenagem a Maria José Erago, única avó que o empresário conheceu e que quis homenagear, tem lojas abertas em Odivelas, Moscavide, Cova da Piedade, Baixa da Banheira, Alto Seixalinho, Barreiro, Setúbal, Montijo, Paivas e Coimbra. “Todas as lojas foram construídas com muito esforço e empenho, tendo em conta as características específicas da região, de modo a termos os artigos mais adequados para aquelas populações”, remata. Mas não foi o salto físico e geográfico que a Dona Erago deu. Cresceu também no mundo Web, criando uma loja virtual, com vendas online, vendendo para todo o mundo. A plataforma, com o endereço https://donaerago.com, oferece produtos diversificados: Mesa e Cozinha, Roupa de Cama, Interiores, Bebé, Decoração e Roupa de Banho. À distância de um clique, o cliente pode escolher os produtos do seu agrado e confortavelmente fazer a sua encomenda. A Dona Erago, como outras empresas da nossa região, fez o caminho inverso ao que estamos na generalidade habituados. Não importou modelos do litoral para o interior, nasceu e cresceu no interior e levou o negócio para o litoral, mantendo, até hoje, a sede da cadeia de lojas, na cidade de Bragança.