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Notícias
11/03/2022



A manifestação de interesse na candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência vai ser apresentada até final de março. Comerciantes chamados a dar contributo de ideias.

O Plano de Recuperação e Resiliência prevê a criação de 50 Bairros Comerciais Digitais no país e Bragança quer posicionar-se na linha da frente para garantir uma candidatura vencedora, podendo o incentivo, a fundo perdido, chegar aos dois milhões de euros.  

A Câmara Municipal de Bragança, entidade promotora, tendo como parceira a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), já está a preparar o plano estratégico e a definir o conceito para submeter a sua intenção de avançar com o projeto. Para sustentar a estratégia a ACISB efetuou o levantamento de todos os estabelecimentos de comerciais e serviços na área a intervencionar (num total de 438), previamente definida pela autarquia e que abrange, basicamente, toda a zona central da cidade e centro histórico. Foram também efetuados inquéritos, uma amostra que representa 25% dos potenciais beneficiários, para aferir os índices de digitalização bem como o nível de interesse dos comerciantes. Verificou-se, através desta amostra, que 18 % dos comerciantes e prestadores de serviços inquiridos não têm presença digital atuante. De entre os que têm presença assídua no mundo digital, 97 % usam o facebook, 37% já têm website e apenas 4,3 % usam plataformas de marketing digital. A nível da segurança informativa basicamente os comerciantes usam antivírus sendo residual a utilização de sistemas mais complexos de cibersegurança.

Ora o projeto que agora se desenha responde precisamente a esta lacuna latente no empresário local. Prevê, entre outras ações, a criação de plataformas digitais e marketing digital, que pretendem aumentar a logica de eficiência e qualidade do comércio e serviços.

Para além das plataformas e outras soluções digitais o projeto prevê a instalação de tecnologia de utilização pública no espaço urbano, recuperação de fachadas, mobiliário urbano, entre outras. A título de exemplo, uma das ideias que está a ser trabalhada não sendo certo ainda que possa ser enquadrada, é a possibilidade de aquisição de mobiliário urbano privado para as esplanadas, pretendendo uniformizar a imagem do comércio que acontece no espaço exterior, criando uma identidade harmoniosa.  

Os Bairros Comerciais Digitais, com outra designação, mas com o mesmo conceito, são populares em países como Itália e França, onde foram implementados precisamente em pequenas e médias cidades, com ganhos significativos na competitividade e criação de uma imagem mais atrativa. Nesses casos verificou-se, em média, um aumento no volume de negócios diretos entre os 15 a 20% para os comerciantes das respetivas zonas digitais.

A adesão às soluções que venham a ser criadas em Bragança não terá quaisquer custos para os empresários. 

Os comerciantes foram já chamados para dar os primeiros contributos na definição do conceito e plano estratégico, que vai ser submetido até 30 de março. O processo vai ser avaliado, pelas entidades competentes, no prazo máximo e 60 dias e se a avaliação for positiva, nos dois meses seguintes o Município e a ACISB, novamente com colaboração estreita com os empresários vão definir as ações concretas a implementar, estimando-se que, em caso de aprovação, o projeto esteja em condições de avançar no final do corrente ano.

As candidaturas à criação de Bairros Comerciais Digitais só podem ser apresentadas por entidades públicas que, obrigatoriamente têm de encontrar parcerias privadas representativas do tecido económico local, que será o grande beneficiário do projeto.

A ACISB não recebe qualquer beneficio financeiro pela participação nesta candidatura, assumiu o desafio cumprindo o seu desígnio de trabalhar em prol da defesa dos seus associados.