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Mesmo estando em visita não oficial a cônsul disponibilizou-se para receber empresários e instituições, para partilhar informação e ajudar o território a entrar no mercado americano.
O Estado da Flórida, nos Estados Unidos da América, tem 24 milhões de habitantes. Aí residem 67 mil portugueses. O condado de Miami é uma zona franca, o que significa que os produtos que entram na américa através do porto desta cidade estão livres de impostos.
Estes três factos levaram a ACISB a encetar uma ação comercial que começou em 2019, quando uma equipa visitou Miami e fez os primeiros contactos com diversos agentes naquele território americano. Carolinha Rendeiro, cônsul honorária de Portugal na Florida, foi a pessoa que melhor recebeu a equipa da ACISB e que, inclusive, lhe organizou a agenda para lhe proporcionar contacto direto com empresários e entidades que pudessem facilitar a exportação de produtos endógenos de Trás-os-Montes para a América. “A cônsul foi incansável connosco, proporcionou-nos contactos aos quais sozinhas não teríamos chegado, mostrou uma abertura para nos apoiar que entendemos que tínhamos de retribuir e de a convidar a vir a Bragança”, explica a presidente da direção da ACISB, Maria João Rodrigues.
O COVID atrasou esta visita que acabou por acontecer nos dias 21 e 22 de setembro. “A cônsul vem a título particular, mas, mesmo assim, disponibilizou-se para reunir com os nossos associados e outras entidades da região, para trocar contactos e ajudar aqueles que estiverem interessados em entrar no mercado americano”, esclareceu a Secretária Geral da ACISB, Anabela Anjos.
A ACISB organizou duas reuniões com a cônsul, para empresários e outras entidades, que resultaram já numa base de trabalho que pode resultar na representação do território em eventos promocionais em Miami. Uma Feira no setor agroalimentar, uma outra no setor do Turismo, em 2022.
“Tivemos aqui a perceção clara de como funciona o sistema, acredito que nos pode abrir portas à entrada do produto português nos Estados Unidos”, comentou Rui Freitas, produtor de mel biológico. Também Rafaela Neves, da Quinta do Salvante considerou a “presença em eventos promocionais em Miami, uma hipótese a trabalhar”.
Cátia Afonso, produtora de azeite, tem feito o caminho da internacionalização sozinha e reconhece que é difícil. “Ainda temos pouco volume de exportações, queremos crescer, esta oportunidade que hoje aqui surgiu, da nossa parte, é para aproveitar”, referiu.
No sector do Turismo João Neves, da empresa de animação turística e agência de viagens Portugal NTN, considerou este encontro “muito oportuno” dado que “o mercado vai reabrir brevemente”. Os Estados Unidos da América são já o mercado mais importante desta empresa. “Desenvolvemos um produto que vai ao encontro do que nos foi aqui transmitido: exclusivo, para grupos pequenos, com produtos endógenos de alta qualidade” referiu o empresário, pronto para reunir com agentes em Miami e para os receber na região para lhes mostrar a imensidão de possibilidades que Trás-os-Montes oferece quando se fala de Turismo de Natureza. “estamos inteiramente disponíveis para contactar operadores turísticos e traze-los para conhecerem a hotelaria, a restauração, a natureza e criar parcerias comerciais”.
Carolina Rendeiro reforçou que esta região, por não ter escala na produção, se deve afirmar pela originalidade e qualidade superior dos seus produtos, procurando nichos de mercado específicos, disponíveis para adquirir produtos a um preço mais elevado desde que ofereçam aquelas características: “eu sou uma dessas pessoas, não me importo de pagar mais se me for garantida a originalidade e a qualidade do produto”, referiu.
Agradada com o entusiasmo dos participantes nestes encontros informais disponibilizou de imediato informação sobre a eventual participação dos produtores ou de delegações regionais em eventos promocionais em Miami.
A disponibilidade da cônsul agradou ao diretor do Parque Natural Regional do Vale do Tua, disponível para ajudar os produtores do território que representa a conquistar novos mercados. “É uma oportunidade que temos de aproveitar, podermos estabelecer uma ponte com alguém com sangue português e experiencia prática nos negócios dos Estados Unidos, percebe a nossa cultura e a cultura americana e faz uma interligação rápida eficaz entre o que somos e o que podemos potenciar em nichos, em mercados específicos”, disse.
Rui Caseiro, Secretário Executivo da CIM Terras de Trás-os-Montes, partilha deste sentimento, acrescentando que neste encontro foi transmitida informação muito importante: “No caso de Miami há uma oportunidade única, é uma zona franca, os produtos entram sem impostos e depois podem ser distribuídos pelo resto da América. É uma oportunidade a explorar e valer-nos da ajuda de pessoas com conhecimento lá, que nos acompanhem em eventos específicos para promover os produtos e conseguir pôr o produto lá”, rematou.